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quarta-feira, 8 de abril de 2015

COACHING => Miopia estratégica causa danos reais



Faço o meu comentário aqui a respeito de duas matérias muito ricas e igualmente preocupantes publicadas no jornal O Globo de domingo passado. Elas tratam de dois daqueles temas que não geram muita audiência e atenção dentro do modelo mental imediatista e de curtíssimo prazo o qual o ambiente histórico do nosso país impõe aos seus cidadãos e governantes.
A primeira intitulada “Oportunidade desperdiçada” aponta para a desanimadora constatação de que no exato período de efetiva crise econômica prolongada, quando amargamos retração do crescimento e desemprego crescente, é que passamos pelo momento o qual os estatísticos denominam de “Bônus Demográfico”. Trata-se de um momento histórico na configuração da população, segundo as camadas de faixa etária, em que a população economicamente ativa fica proporcionalmente aumentada em relação ao número de jovens e crianças. Isso aconteceu devido a redução da taxa de natalidade nos últimos anos. Paralelamente a isso verifica-se que no mesmo período o número de idosos se manteve estável. Independente da qualidade questionável da mão de obra disponível, seria o momento em que o Brasil deveria aproveitar esse benefício e oferecer condições de emprego e geração de renda crescente para que se pudesse então engordar os fundos previdenciários para encarar o repuxo dessa onda positiva. Pois é, como desgraça pouca é besteira, a inevitável consequência desse Bônus é o Ônus no médio longo prazo, devido ao aumento da longevidade, essa população economicamente ativa estará na faixa dos idosos necessitando da sua renda mensal de aposentadoria e cuidados médicos crescentes.  Não precisa lembrar que um número proporcionalmente menor de pessoas estarão nesse momento contribuindo nos sistemas previdenciário e tributário para arcar com esta conta. Este é mais um dos impactos nocivos que a visão oportunista de curto prazo pode trazer para a nossa realidade.
A outra matéria, não menos importante e com um efeito igualmente nefasto no nosso dia a dia, diz respeito a estagnação da produtividade da mão de obra Brasileira. Seus efeitos estão, mais do que nunca, presentes principalmente nos momentos de crise. O gráfico comparativo plotado na matéria aponta para uma estagnação que remonta o ano de 1980. Em outras palavras, na média, a indústria produz hoje a mesma quantidade de peças que produzia em 1980. Mas como é que isso me afeta? Respondo: no bolso e no número de vagas disponíveis no mercado. A gente reclama que paga caro por tudo comparativamente com outros países. Reclama que perdeu o emprego porque a fábrica fechou derrotada pela enxurrada de importados que chegam a preços ridículos. Acontece que, salvo outros vetores concorrentes, quanto maior a produtividade, mais barato o produto. Isso acontece devido a economia de escala que traz o benefício da diluição do custo fixo por um número maior de peças. Em uma conta simples: se em 80 se produzia 1 peça a qual carregava um custo fixo de R$1 (equivalente), dobrando a produtividade (tempo suficiente para isso), teríamos então uma contribuição de R$0,5 de custo fixo em cada peça. Claro que isso é uma conta bem simplista mas o conceito é esse. Mas espera aí, se fizer mais com o mesmo recurso, pode ser que fique barato mas e o emprego? Respondo: o emprego vem com o aumento da renda e do poder aquisitivo. Maior possibilidade de consumo interno e ganho de mercado externo, o que é o mais importante. Divisas chegando aos borbotões. Só que hoje, estamos na contramão. Perdendo divisas para o estrangeiro. Aniquilando nossas indústrias e pior, nem com os petrodólares poderemos contar mais (pelo menos por um bom tempo).
Concluindo:

No primeiro caso, temo em dizer que o Titanic já bateu no iceberg. No segundo, já estamos nas profundezas do oceano. Resta saber: quando começaremos a ter essa primordial visão estratégica para começarmos hoje a fazer algo decente por nosso futuro?

                  Mais sobre esse tema você pode encontrar entrando em contato comigo em

 Email: laudio@coachinglifeline.com Tel: 011 942998729 // 011 5056-0027

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